domingo, 7 de junho de 2009


O tempo não me fez imune à perfeição do rosto dele, e eu tinha certeza de que nunca iria me acostumar com nenhum dos aspectos dele. Meus olhos observaram suas feições pálidas: sua dura mandíbula quadrada, a curva mais suave dos seus lábios cheios ― que agora estavam curvados pra cima num sorriso, a linha reta do nariz dele, o ângulo das maçãs do rosto dele, a envergadura da sua testa macia de mármore ― parcialmente obscurecida por uma mecha de cabelos cor de bronze escurecidos pela chuva... Eu deixei seus olhos por último, sabendo que quando eu olhasse dentro deles haveria uma grande possibilidade de eu perder a linha de raciocínio. Eles estavam grandes, quentes com um dourado derretido, e moldados por uma linha de cílios grossos. Olhar dentro dos olhos dele sempre faziam eu me sentir extraordinária ― como se os meus ossos estivessem como esponja. Eu também ficava com a cabeça meio leve, mas isso podia ser porque eu esquecia de respirar. De novo.

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